Na tarde de terça-feira, 9 de setembro de 2025, um incêndio florestal de grandes proporções atingiu a Floresta Nacional de Brasília (Flona), localizada no Distrito Federal. O fogo consumiu aproximadamente 220 hectares, representando cerca de 5,86% da área total da unidade de conservação. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), juntamente com brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), foram mobilizadas para conter as chamas e evitar sua propagação para áreas residenciais próximas.
O incêndio teve início às margens da BR-070, em uma região próxima a chácaras do Núcleo Rural dos Currais. Suspeita-se que o fogo tenha começado durante uma queimada para limpeza de um lote, prática recorrente na região. No entanto, as causas exatas ainda estão sendo investigadas pelas autoridades competentes. O fogo se alastrou rapidamente devido às condições climáticas adversas, incluindo baixa umidade do ar e ventos fortes, características típicas do período de seca no Distrito Federal.
Durante a operação de combate ao incêndio, foram utilizados recursos como helicópteros e aeronaves Nimbus para o lançamento de água, além de viaturas terrestres e brigadistas que atuaram diretamente no terreno. Apesar dos esforços intensivos, o fogo só foi controlado na manhã de quarta-feira, 10 de setembro, após cerca de 24 horas de combate contínuo. Equipes permanecem na região realizando o rescaldo e monitorando possíveis reignições.
A área afetada pela queimada, estimada em 220 hectares, corresponde a uma parte significativa da Floresta Nacional de Brasília, que possui uma área total de aproximadamente 3.750 hectares. A vegetação queimada inclui espécies nativas do Cerrado, bioma predominante na região, e habitats essenciais para diversas espécies da fauna local. A recuperação dessa área pode levar anos, dependendo das condições climáticas e da implementação de estratégias eficazes de restauração ecológica.
Além dos danos ambientais, o incêndio representa uma ameaça à biodiversidade local. Espécies como o lobo-guará, tamanduá-bandeira e diversas aves endêmicas do Cerrado dependem da Floresta Nacional de Brasília para sua sobrevivência. A destruição de seus habitats naturais pode levar à diminuição de suas populações e até mesmo à extinção local dessas espécies.
O episódio também destaca a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para prevenção e combate a incêndios florestais. Embora existam legislações que proíbem queimadas em áreas urbanas e rurais, a fiscalização e aplicação dessas normas ainda são insuficientes. É fundamental que haja uma integração entre os diversos órgãos ambientais e a sociedade civil para o desenvolvimento de ações preventivas, como a educação ambiental e a criação de aceiros, além de investimentos em infraestrutura e recursos humanos para o combate a incêndios.
A população também desempenha um papel crucial na prevenção de incêndios florestais. Atitudes simples, como não realizar queimadas para limpeza de terrenos, não descartar bitucas de cigarro acesas em áreas com vegetação seca e evitar o uso do fogo para limpeza de terrenos, podem contribuir significativamente para a redução dos riscos de incêndios. Além disso, é importante que os cidadãos denunciem práticas ilegais e suspeitas às autoridades competentes, colaborando assim para a proteção do meio ambiente.
Em resposta ao ocorrido, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou que a Floresta Nacional de Brasília permanecerá fechada para visitação até nova avaliação das condições de segurança e risco de novos focos de incêndio. A medida visa proteger tanto os visitantes quanto a integridade da unidade de conservação. A comunidade científica e ambientalista acompanha atentamente as ações de recuperação da área afetada e espera que lições sejam aprendidas para evitar futuros incidentes dessa natureza.
Autor: Klein Bauer
