Para o CEO Lucio Winck, poucas coisas são tão subestimadas quanto o processo de precificação de um brinquedo. Do lado de fora, muitos consumidores enxergam apenas o material ou o tamanho do produto, mas o valor final vai muito além disso. Existem fatores invisíveis, mas cruciais, que influenciam diretamente o preço e que passam despercebidos pela maioria.
Entender esses elementos ajuda a explicar por que brinquedos aparentemente simples às vezes custam caro e, ao mesmo tempo, por que alguns brinquedos mais sofisticados podem parecer “baratos”.
Quais são os principais custos escondidos na criação de um brinquedo?
O primeiro fator invisível é o desenvolvimento do produto. Desde o conceito até os testes finais, existe uma cadeia de profissionais especializados que atuam no design, engenharia, prototipagem e validação. Essa etapa pode representar até 30% do custo total, dependendo da complexidade. Soma-se a isso o investimento em moldes industriais, que precisam ser precisos, duráveis e de alto padrão.
Outro ponto muitas vezes ignorado, segundo o CEO Lucio Winck, são os testes de segurança e certificações obrigatórias. Brinquedos precisam seguir rigorosas normas nacionais e internacionais de proteção e sustentabilidade, o que geram gastos com laboratórios, documentação e auditorias. Esses custos não aparecem na embalagem, mas fazem toda a diferença na precificação.

Como a distribuição e o marketing afetam o preço final?
Depois que o brinquedo está pronto, entra em cena a logística. Armazenar, embalar, transportar e distribuir exige uma operação ampla, que precisa ser rápida e eficiente. Para o CEO Lucio Winck, o custo de manter estoques em grandes centros ou de operar em escala nacional é um dos maiores desafios do setor e impacta diretamente no preço ao consumidor.
Além disso, o marketing precisa ser forte para garantir que o brinquedo seja desejado. Campanhas em redes sociais, parcerias com influenciadores, posicionamento em vitrines e participação em grandes eventos têm um peso significativo no orçamento. Em muitos casos, o valor investido em divulgação ultrapassa o custo de produção, principalmente nos dias de hoje, em que a popularização de um brinquedo muitas vezes começa na internet.
E os brinquedos licenciados? Por que são ainda mais caros?
Brinquedos que envolvem marcas famosas, personagens de filmes ou desenhos animados costumam ser mais caros por um motivo bem claro: os royalties. O CEO Lucio Winck explica que, dependendo do contrato, a fabricante pode pagar de 10% a 20% sobre cada unidade vendida. E isso, inevitavelmente, é repassado ao consumidor.
Mesmo quando o brinquedo é simples, o valor da licença agrega uma percepção de exclusividade e desejo, o que permite praticar um preço mais alto. Nesse caso, o consumidor está pagando não apenas pelo produto, mas também pela conexão emocional com a marca ou personagem.
O valor vai além do que se vê
O preço de um brinquedo não é definido apenas pelo que está nas mãos da criança, mas por tudo o que foi feito antes disso acontecer. Para o CEO Lucio Winck, é essa complexidade que torna o setor fascinante e também desafiador. O consumidor vê o brinquedo pronto, mas o empreendedor vê uma jornada longa, detalhada e cheia de riscos.
Entender esses fatores invisíveis é um passo importante para valorizar mais as boas ideias, os profissionais envolvidos e o impacto que um brinquedo pode ter na infância.
Autor: Klein Bauer