Águas do DF: presença de animais no Lago Paranoá indica ambiente saudável, dizem especialistas

By Klein Bauer
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Além dos peixes e capivaras, jacarés, camarões e moluscos também fazem parte da fauna que habita região da Ponte JK. Segundo Ibram, encontrar espécies no Lago sinaliza que ambiente também é bom para população.

A presença de animais nas águas do Lago Paranoá, em Brasília, é um bom indicativo. Segundo especialistas, se há vida, significa que o ambiente está saudável.

Na região da Ponte JK, além dos peixes e das simpáticas capivaras — velhas conhecidas dos brasilienses —, também há outras espécies como jacarés, moluscos e camarões (veja vídeo acima).

Segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), o trabalho de monitorar as espécies do Lago é importante para evitar danos à fauna.

“Encontrar espécies na orla do Lago indica também que a gente tem um ambiente saudável para toda uma população”, explica Rodrigo Santos, gerente de fauna silvestre do Ibram.

oletas feitas por pesquisadores na área da Ponte JK, também muito usada para lazer, mostram que o pH, que mede a acidez da água; o oxigênio dissolvido, importante pra sobrevivência de animais aquáticos; e a turbidez, que avalia a transparência da água, estão dentro do permitido;
Os níveis de ferro também são bons, abaixo de 0,001. Mas os níveis de zinco estão elevados: 0,282 (a legislação permite até 0,18). Apesar disso, a Caesb classifica a área da Ponte JK como própria pra banho.
Espécies
Moluscos
Segundo a professora Maria Julia Martins, do departamento de zoologia da Universidade de Brasília (UnB), os moluscos da espécie Corbicula fluminea não são nativos, mas estão no Lago Paranoá desde a década de 90.

“Ele é uma espécie invasora, é um molusco bivalve, que é aquele que tem duas conchas e ele veio parar no lago Paranoá vindo do porto de Paranaguá, no Paraná. Agora de 2010, 2015 para cá, houve um declínio na ocorrência desses animais, o que é uma coisa normal para espécies invasoras”, explica Maria Julia.
Com menos espécies invasoras, as nativas começam a voltar a aparecer. Moluscos naturais do Lago Paranoá têm conchas maiores.

Camarões
Apesar de serem mais comuns em água salgada, também há camarões na água doce. “Com essas mudanças na qualidade da água do lago, espécies que antes não ocorriam estão ocorrendo e até em uma quantidade inesperada. As pessoas estão até mostrando vídeos de grandes quantidades sendo pescadas”, afirma o gerente de fauna silvestre do Ibram, Rodrigo Santos.

Jacarés
Segundo o Ibram, no DF são comuns duas espécies nativas: o jacaré-tinga e o jacaré-coroa. Há relatos também de espécies não nativas de crocodilos que foram soltas e capturadas no Lago Paranoá.

Peixes
Além dos camarões, mergulhadores dizem já ter dado de cara no Lago Paranoá com o pirarucu, um peixe da Amazônia que pode chegar até 3 metros — um dos maiores de água doce do planeta.

“A gente acredita que foi uma pessoa ou grupo que deve ter soltado, porque no histórico que a gente pesquisou não há um registro de peixamento de pirarucu no Lago Paranoá”, explica Rodrigo Santos.

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